Ouvir hoje a
notícia sobre futuras conversações entre o BE e PCP provocou em
mim, adepto portista, mais alegria e regozijo que o 25º título de campeão
nacional do FC Porto.
Há apenas uns dias falava com amigos no
Facebook sobre a necessidade de uma esquerda unida nas próximas eleições...
Nestas e as que vierem. Uma aliança verdadeira entre os Verdes, o PCP e BE
(ordem sem hierarquia). Que lindo seria isso! Nós, todos aqueles que nos
identificamos com a esquerda, não poderíamos ter uma notícia mais feliz.
Por favor, Portugal precisa dessa união.
Analisando os últimos acontecimentos na
vida política e económica de Portugal, acabei perguntando-me:
· Mas, quais as razões que levam um país a pensar que o melhor é pedir dinheiro
emprestado?
· Por que um país não vê como alternativa
a cooperação e ajuda, ou entreajuda, entre os países com problemas económicos,
ou seja aqueles países que estão marginalizados pelas leis do mercado?
· O que será melhor, estarmos endividados
ou optarmos por termos um país amigo, ou vários países amigos, a colaborar
connosco para sair da crise?
· Será que nós, como pessoas, não podemos
ter amigos independentemente da visão política que eles tenham? Será que o
mesmo critério não poderíamos aplica-lo quando se tratar de sair de uma crise
económica como na que estamos submersos?
Bem, eu, desde a minha humilde posição,
faço este modesto apelo às forças políticas portuguesas, principalmente aos
partidos de esquerda para fazerem convénios económicos com países
marginalizados (pelos países capitalistas “mal gastadores” de recursos),
como é o caso de Bielorrússia, Venezuela, Cuba, Bolívia, Argentina, Equador,
Uruguai, e ainda Brasil, pelos laços que unem os dois países, China, Índia,
etc. Porque não oferecer o nosso savoir-faire em áreas onde
sejamos fortes e competentes a países como aqueles e que, em contrapartida,
eles nos ofereçam os seus produtos a preços diferenciados, com facilidades de
pagamento, etc.
Existe um país neste mundo louco que não
pertence ao FMI nem ao Banco Mundial, que tem que pagar as suas
compras no exterior (quando não são feitas a países amigos), em Cash, ou
seja, dinheiro forte e feio primeiro, porque nenhuma instituição financeira lhe
empresta dinheiro. Esse país que, ainda por cima, está injustamente bloqueado,
só tem sido capaz de subsistir graças precisamente aos acordos de amizade,
respeito e cooperação que tem estabelecido com outros países. Por que Portugal
não pode fazer o mesmo? Será que é melhor seguir endividados uma e outra vez
com os mercados, que até parecem lobos esfomeados?
A situação actual em Portugal não tem
volta atrás, os mercados tomaram conta da economia mundial e não vão parar até
afundar um pais agora e outro depois. Os países de turno são Grécia, Irlanda,
Portugal e Espanha. Logo quando estes estiverem na bancarrota, irão para o
resto dos países de Europa e assim sucessivamente. Quem não vê este facto é
porque não o quer ver. Faça o que se faça, vier quem vier, os mercados vão dar
cabo de Portugal. Isso está escrito preto no branco. Só cambiaremos esse
destino final se sairmos do Euro. Não é absolutamente preciso sair da EU,
mas é preciso sair do Euro. Esse seria o primeiro passo importante.
Faço um apelo à inteligência da esquerda
Portuguesa, só unida e sem ver como primeira opção o pedido de empréstimos é
que o País seguirá o seu curso para um futuro melhor para todos os portugueses,
ricos e pobres. Se não for assim, o futuro será inevitavelmente negro.