terça-feira, 10 de maio de 2011

O debate entre Paulo Portas e Jerónimo de Sousa


É verdade… este país vai de mal a pior.
O debate entre Paulo Portas e Jerónimo de Sousa foi uma desilusão.
Em primeiro lugar, porque Portas ainda em pleno século XXI não consegue saber que os processos "comunistas" evidenciados no século XX foram e são ditatoriais pois chegaram ao poder pela luta armada e eventualmente terminaram sendo ditaduras. Não se ter apercebido ainda hoje dessa verdade é um sinal de desconhecimento político.
E em segundo lugar, porque apercebi-me que os comunistas têm um líder que não sabe chefiar o PCP. Um líder comunista como Jerónimo de Sousa que não saiba ou não queira responder à pergunta que Paulo Portas lhe fez sobre qual país no mundo com os princípios que ele defendia era feliz, democrático, etc , etc…, é intolerável.
Jerónimo de Sousa perdeu uma oportunidade única de se desmarcar de regímenes estalinistas e perdeu uma grande oportunidade de dizer, se calhar: não, nós não temos nada a ver com esses processos arcaicos e antidemocráticos. Nós acreditamos na modernidade, na pluralidade de partidos, na democracia e na liberdade plena do homem.
Sendo assim, eu já não sei por quem vou votar. Nunca votarei por Portas nem o Passos Coelho, porque além de serem de direita, são muito liberais para o meu gosto. Não posso votar em Jerónimo de Sousa, porque no debate com Paulo Portas confirmou-me que não é um bom líder do PCP e eventualmente não o seria para o País, e é com muita pena que digo isso.
Não posso votar pelo Sócrates porque não acho que deva seguir pois fez tudo ao invés do que devia ser feito e foi mal instruído pelos seus assessores e ministros.
Só me restaria votar no Bloco de Esquerda. Mas ainda não sei. O que sim sei é que, se por alguma casualidade eu vejo que o Passos Coelho pode ganhar as eleições, então eu votaria pelo PS, já que no meu entender, é melhor um mau conhecido do que um diabo por conhecer.
Desejo-nos muita, muita sorte, porque os tempos que vêm ai, não serão nada fáceis.

domingo, 8 de maio de 2011

Ontem estava a conduzir de volta para a cidade do Porto e decidi sintonizar a TSF, apanhei o programa do qual gosto: Bloco Central.

O programa (debate) de ontem chamou-me a atenção num ponto, numa consideração verbalizada por Pedro Marques Lopes.

Pedro Marques Lopes perguntou-se sobre o que seria preciso para a UE se aperceber que a situação existente na Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha apela a uma mudança de política no seio da UE. Ou seja, segundo o seu próprio pensamento, que não difere em nada com o meu, existem duas formas para os países em dificuldades saírem desta crise:

1 - Ou a Europa passa para a Estaca a zero (acabar a “União”).
2 - Ou passamos para uma Federação.

Concordo plenamente, como já fiz questão de o escrever anteriormente. Mas, Pedro Marques Lopes esqueceu-se de constatar que a Europa nunca poderá ser uma Federação, ou seja uma verdadeira união política, económica e social. No meu entender, isso nunca será possível porque a Europa é como uma grande equipa de futebol cheia de estrelas, que não consegue resultados positivos devido a luta de egos dos seus integrantes. Na europa há países com egos tão gigantescos que nunca aceitarão terem um Presidente ou um Primeiro-ministro que não seja Francês ou Alemão, por exemplo. E não falo só dos povos, falo também das forças políticas.

Agora fala-se do boato da Grécia vir, se calhar, a sair do Euro e muitos, como diz a minha mãe, “têm posto o grito no céu”. A Grécia veio, depois, desmentir tal boato. Mas, “quando o rio soa é porque pedras traz”.   

Farto-me de ouvir aqui em Portugal, da boca dos responsáveis políticos de direita, dos económicos e de aqueles que analisam a política portuguesa, que o que Portugal precisa é de ter uma economia competitiva, ou seja importar menos e exportar mais. E eu pergunto-lhes: Como é que isso se logra numa economia mal vista a nível mundial; uma economia discriminada pelos seus parceiros europeus, precisamente por sermos portugueses; uma economia com muito pouca demanda exterior, e oferta também, e que por má fortuna tem a moeda mais forte do mercado financeiro a seguir á Libra Esterlina?
Conhecendo estes factos da nossa economia: em que cabeça cabe que a economia portuguesa será competitiva, seja a curto ou a longo prazo, se continuarmos inseridos na zona Euro? 

O Euro é bom, sim, para irmos de Férias. Mas e depois? É preciso tê-los. Não é?

Para aqueles que ainda não se aperceberam, só poderemos exportar mais se, e só se, a Moeda na qual Portugal comercialize os seus produtos for pobre ou fraca, como era o Escudo.

Por favor, percebam isto. Nós não somos a Alemanha que consegue vender, exportar, como se de nada fosse, devido ao seu nome e á qualidade reconhecida dos seus produtos. Mas Portugal está a anos-luz dessa excelência e reconhecimento mundial. Por isso, vou-me repetir: há alguém com pelo menos “dois dedos de frente” que possa pensar, com seriedade, que Portugal poderá ter uma economia competitiva estando na zona Euro? Por favor, como dizem os anglo-saxões: Give me a break!

Não sei o que é que esperam os políticos portugueses para tomar a única decisão que têm que tomar para podermos sonhar com uma saída a esta crise.

As medidas implantadas pela Troika, e a tal “ajuda” que nos dão, não resolverão o problema. De aqui a 3 ou 4 anos vamos necessitar de outra Troika reunida em Portugal para outro plano de “salvamento” (ou será afundamento?) e assim sucessivamente.

Eu, se me sair o Euromilhões, irei viver numa ilha deserta no Pacifico ou no Índico para estar bem longe de políticos e económicos incapazes, que só menosprezam a inteligência dos cidadãos que eles representam. Mais vale morrer de solidão ou engolido por um Tsunami do que ser mal governado por políticos e económicos incapazes.