quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Governo, as “Finanças” e as arbitrariedades

Ontem tive de ir às “Finanças” e enquanto ali esperava, pude constatar o descontentamento das pessoas que ali vão. O descontentamento baseia-se em vários pontos, mas estes a meu ver são os mais importantes:

·         As pessoas acham que os funcionários são muito lentos no serviço.

·         Às 10 da manhã já há alguns que estão a sair para tomar um café e fumar um cigarro, ainda que a abertura das finanças se realize diariamente às 9 da manhã.

·         Também se queixam de factos arbitrários como a “necessidade” de ter de se tirar impressos e formulários da Internet, ainda que talvez a pessoa em questão não tenha este serviço em casa.

Precisamente, neste último ponto, uma senhora que aparentava uns 60 e poucos anos, falava com outra sobre o assunto e virou-se para mim e disse-me: eu não tenho para comer, como querem que tenha para Internet? E este é um facto que quem pôs em prática esta arbitrariedade não pensou duas vezes antes de o fazer. Mas também não pensou no facto que há muitas pessoas idosas que não têm nem sequer um filho ou um neto ou outro familiar que lhes possa tirar esses documentos da Net. O que é que fazem então estas pessoas que têm este impedimento? Obviamente terão que pedir favores. Recordemos que nem toda gente se dá bem a pedir favores. 

No fundo, esta arbitrariedade imoral de ou-tens-internet-ou-não-és-servido, atenta contra a dignidade de muitas pessoas. 

Se bem as pessoas que estavam à nossa volta concordavam que os funcionários não tinham a culpa de tal abuso, todos concordavam que eles sim tinham grande parte da culpa no mau serviço e na sua indiferença, manifesta pela lentidão e pausas sucessivas. 

Num final, o que os funcionários públicos estão a ganhar é a antipatia de um povo que está farto de receber “maltratos” por todos os lados. 

Estas “pequenas” coisas parecem insignificantes, mas não o são. Coisas como estás influenciam a mentalidade e a idiossincrasia de um país, que são dois aspectos importantes no desenvolvimento político, económico e social duma nação.  

A insensibilidade dos governos do PS e do PSD/CDS-PP é insolentemente desmoralizadora. Alguns dizem que não há alternativa ao PS e PSD. Equivocam-se, sim há. No âmbito político neste país também existem os Verdes, o Bloco de Esquerda, os Comunistas e outros pequenos partidos que nunca tiveram oportunidade de mostrarem o seu valor. Demos-lhe uma oportunidade.
 

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