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As pessoas acham que os funcionários são
muito lentos no serviço.
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Às 10 da manhã já há alguns que estão a
sair para tomar um café e fumar um cigarro, ainda que a abertura das finanças
se realize diariamente às 9 da manhã.
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Também se queixam de factos arbitrários como
a “necessidade” de ter de se tirar impressos e formulários da Internet, ainda
que talvez a pessoa em questão não tenha este serviço em casa.
Precisamente,
neste último ponto, uma senhora que aparentava uns 60 e poucos anos, falava com
outra sobre o assunto e virou-se para mim e disse-me: eu não tenho para comer,
como querem que tenha para Internet? E este é um facto que quem pôs em prática
esta arbitrariedade não pensou duas vezes antes de o fazer. Mas também não pensou
no facto que há muitas pessoas idosas que não têm nem sequer um filho ou um neto
ou outro familiar que lhes possa tirar esses documentos da Net. O que é que
fazem então estas pessoas que têm este impedimento? Obviamente terão que pedir
favores. Recordemos que nem toda gente se dá bem a pedir favores.
No
fundo, esta arbitrariedade imoral de ou-tens-internet-ou-não-és-servido, atenta contra a dignidade de muitas pessoas.
Se
bem as pessoas que estavam à nossa volta concordavam que os funcionários não tinham
a culpa de tal abuso, todos concordavam que eles sim tinham grande parte da
culpa no mau serviço e na sua indiferença, manifesta pela lentidão e pausas
sucessivas.
Num
final, o que os funcionários públicos estão a ganhar é a antipatia de um povo
que está farto de receber “maltratos” por todos os lados.
Estas
“pequenas” coisas parecem insignificantes, mas não o são. Coisas como estás
influenciam a mentalidade e a idiossincrasia de um país, que são dois aspectos
importantes no desenvolvimento político, económico e social duma nação.
A
insensibilidade dos governos do PS e do PSD/CDS-PP é insolentemente desmoralizadora.
Alguns dizem que não há alternativa ao PS e PSD. Equivocam-se, sim há. No âmbito
político neste país também existem os Verdes, o Bloco de Esquerda, os
Comunistas e outros pequenos partidos que nunca tiveram oportunidade de
mostrarem o seu valor. Demos-lhe uma oportunidade.
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