segunda-feira, 15 de julho de 2013

São verdadeiramente eleitos os deputados da Assembleia da República?

Alguém me diga, por favor, se é verdade que os deputados são verdadeiramente eleitos em Portugal.

Eu acho que não. Então, vamos lá pensar e analisar.

Quando nós vamos exercer o nosso voto nas eleições legislativas, nós escolhemos um Partido para governar, não escolhemos os deputados. Então, tal e como estão feitas as regras da democracia neste país é o presidente do Partido eleito quem vai para 1ro Ministro.

E como é que vão parar os deputados à Assembleia da República?

Ah!, vão lá parar porque os responsáveis de cada Partido escolhem ou escrevem uma lista daqueles que eles querem ter na Assembleia da República. Isso funciona por amiguismo. Se não, perguntem-se porque o Sr. Primeiro-ministro actual não era deputado antes do seu PSD ganhar as eleições. Bem, o Pedro Passos Coelho não era deputado porque a Manuela Ferreira Leite, que era a presidente do PSD quando o Sócrates foi eleito pela segunda vez consecutiva, não incluiu o Pedro Passos Coelho na sua lista. E porque não o incluiu? Porque eles nunca se deram bem. Ou seja, não eram amigos. E o mesmo ocorreu quando o actual 1ro Ministro escolheu os seus deputados.

Então, sabendo tudo isto, resulta extremamente esquisito que a Sra. Presidente da Assembleia da República venha dizer que: “Nós não fomos eleitos para ter medo, para ser corrigidos, e provavelmente… (aplausos da bancada do PSD e CDS-PP)… também não fomos eleitos para não ser respeitados…”.

Na verdade Sra. Presidente da AR, e é só a minha opinião, nem a Sra., nem ninguém que lá está foi eleito pelo povo.

A Assembleia da República é um círculo vicioso onde os deputados quase sempre são os mesmos. Alguns estão lá há 20 anos ou mais. No meu ponto de vista, os deputados da AR não deviam pertencer a Partido nenhum, mas sim deviam sair do Povo, sendo o próprio povo a eleger os seus representantes, propondo-os e votando neles.

Muita coisa deve mudar na “democracia” deste país, mas duas delas merecem ser tratadas aqui:

1.    O Povo português tem que fazer ver aos responsáveis políticos que em democracia não é o povo o súbdito dos governantes. São os governantes quem deveriam ser os súbditos do Povo.

2.    Os deputados devem deixar de ter ajudas de custos, todas, e devem ter um emprego como qualquer outro cidadão, e só se reunir na AR cada 15 dias, durante o debate quinzenal. Quando fizerem isso, nós iremos assistir a um câmbio radical na forma de se fazer política neste país, e no âmbito económico e social, pois assim os deputados iriam sentir na própria pele aquilo que o povo sofre no dia-a-dia.


Quando em democracia os deputados e governantes deixem de ganhar grandes somas de dinheiro por estarem sentados numa cadeira todos os dias da semana, quando deixem de ter reformas vitalícias, e quando não só sejam donos de gabinetes de advogados, de arquitectos, de contabilidade, etc., ou simplesmente aqueles que dedicaram as suas vidas à política, mas também quando forem operários fabris, varredores de rua, vendedores, merceeiros, escriturários, enfermeiros, médicos, ou empregados em geral sem nada a ver com a política, será então que teremos um país novo, um país cuja preocupação fundamental será o bem-estar dos seus cidadãos.

Chegarei a ver um dia esse país? Bem, eu acho que não. São muitos os acomodados.

1 comentário:

  1. pior, acham que eles devem ter privilegios vedados ao povo, lembram o líder parlamentar do PS expressar públicamente (quando o episódio da flota de carros do PS) "que queriam que andasse-mos de renault clio?"... a minha resposta foi não filho da p... que andasses de transporte público, que o dinheiro do teu AUDI parlamentar V~em dos meus impostos....

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